sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Mensagem
Hoje foi o último dia de aulas, pois vamos entrar em férias de Natal, e recebi uma prenda de Natal maravilhosa. Talvez a melhor prenda deste ano.
Que foi a notícia de ter entrado efectivamente para o curso, ou seja a partir de Janeiro, começo a ganhar os meus tostõeszitos.
Não que eu esteja lá por esse motivo, mas o dinheiro, esse maldito, é sempre preciso para tudo, infelizmente. E por pouco que seja, dá sempre um jeitão.
Espero não decepcionar, quem confiou em mim e nas minhas capacidades.
Eu quando não estou em depressão, sou uma pessoa que me considero muito brincalhona e um pouco simpática, espero que estas características minhas não me tragam dissabores, pois gosto de me dar bem com todas as pessoas.
Beijinhos e mais uma vez Feliz Natal e um Bom Ano Novo.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
cats and dogs singing Christmas songs...........Funny!
Desejo um Bom Natal a todos os blogistas, amigos, professores da RVCC Fernando Namora, colegas de curso de Secretariado do Hospital Sobral Cid; assim como professores e doutores que lá estão connosco todos os dias, a ajudarem-nos em mais está etapa da nossa vida.
Beijinhos
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Um pequeno desabafo a 10 de Dezembro de 2010.
Cada vez gosto mais do curso onde me encontro, mas tive duas tristezas. Pois é disso que é feita a vida.
Eu, felizmente ou infelizmente, ganho muito facilmente amizade com as pessoas e tal não foi excepção, lá no curso. E hoje uma colega, que tem bastantes problemas, a Patricinha, a quem eu aproveito para mandar uma beijoca grande, teve de ser internada para tratamento, o que muito intristeceu os colegas de curso. E a segunda tristeza foi saber que uma outra colega, a Elena, a nossa russa fofinha, foi expulsa do curso.
São coisas que nós não controlamos, mas que nós dão muita tristeza, pelo menos falo por mim. E tenho certeza de falar por todos os formadores também, pois são todos do melhor que há.
A vida são dois dias e um é para acordar.......
Beijinhos
Eu, felizmente ou infelizmente, ganho muito facilmente amizade com as pessoas e tal não foi excepção, lá no curso. E hoje uma colega, que tem bastantes problemas, a Patricinha, a quem eu aproveito para mandar uma beijoca grande, teve de ser internada para tratamento, o que muito intristeceu os colegas de curso. E a segunda tristeza foi saber que uma outra colega, a Elena, a nossa russa fofinha, foi expulsa do curso.
São coisas que nós não controlamos, mas que nós dão muita tristeza, pelo menos falo por mim. E tenho certeza de falar por todos os formadores também, pois são todos do melhor que há.
A vida são dois dias e um é para acordar.......
Beijinhos
terça-feira, 30 de novembro de 2010
O meu Desabafo
Andava bastante deprimida, a isolar-me em casa. Só saía para ir buscar as minhas filhas. E sem vontade de fazer nada em casa. Ou seja, depressão... mesmo.
Quem já teve, sabe do que estou a falar.
Até que uma das minhas médicas, me conseguiu inserir num curso compatível com a minha área laboral - Secretariado e Técnicas Administrativas, que comecei no dia 17 de Novembro e o qual estou a adorar.
Vários motivos: estou a dar matéria que gosto e estamos sempre a aprender, e eu gosto disso; assim saío de casa e convivo com pessoas.
O que já fez com que eu voltasse a ser um pouco, como eu era antes, risonha, alegre, sempre com uma palavra amiga e muito, mas mesmo miuto brincalhona.
É pena que dure só um ano. Mas depois temos direito a um estágio, o que também é muito bom, para quem deseja trabalhar, como é o meu caso. É não me dão oportunidade, ou pela idade, ou por ter filhas, enfim só desculpas.
As mulheres cada vez mais, estão a ser mais discriminadas.
Beijinhos e obrigada por me ouvirem.
Quem já teve, sabe do que estou a falar.
Até que uma das minhas médicas, me conseguiu inserir num curso compatível com a minha área laboral - Secretariado e Técnicas Administrativas, que comecei no dia 17 de Novembro e o qual estou a adorar.
Vários motivos: estou a dar matéria que gosto e estamos sempre a aprender, e eu gosto disso; assim saío de casa e convivo com pessoas.
O que já fez com que eu voltasse a ser um pouco, como eu era antes, risonha, alegre, sempre com uma palavra amiga e muito, mas mesmo miuto brincalhona.
É pena que dure só um ano. Mas depois temos direito a um estágio, o que também é muito bom, para quem deseja trabalhar, como é o meu caso. É não me dão oportunidade, ou pela idade, ou por ter filhas, enfim só desculpas.
As mulheres cada vez mais, estão a ser mais discriminadas.
Beijinhos e obrigada por me ouvirem.
sábado, 13 de novembro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Alguém se Candidata a ser Parlamentar na Suécia???
E se o orçamento começasse por retirar estes previlégios.....
Parlamento sueco dá exemplo de transparência
- Parece Portugal???????? Estou a brincar!!!!Era um sonho bom....
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Deputados Estaduais criticam colegas, mas se calam das irregularidades d...
É uma pena que em Portugal não hajam políticos deste calibre!
Merece sem dúvida, esta deputada os nossos melhoresvotos no seu futuro profisional, pois merece ir longe.
sábado, 9 de outubro de 2010
sábado, 2 de outubro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Aos que a Felicidade é Sol, Virá a Noite - Ricardo Reis
Quero ignorado, e calmo
Por ignorado, e próprio
Por calmo, encher meus dias
De não querer mais deles.
Aos que a riqueza toca
O ouro irrita a pele.
Aos que a fama bafeja
Embacia-se a vida.
Aos que a felicidade
É sol, virá a noite.
Mas ao que nada 'spera
Tudo que vem é grato.
Ricardo Reis, in "Odes"
Por ignorado, e próprio
Por calmo, encher meus dias
De não querer mais deles.
Aos que a riqueza toca
O ouro irrita a pele.
Aos que a fama bafeja
Embacia-se a vida.
Aos que a felicidade
É sol, virá a noite.
Mas ao que nada 'spera
Tudo que vem é grato.
Ricardo Reis, in "Odes"
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
terça-feira, 21 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Fernando Pessoa
Quando estou só reconheço
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.
E se sinto quando estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.
Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda asim.
Por isso passo por mim
Como por cousa esquecida.
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.
E se sinto quando estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.
Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda asim.
Por isso passo por mim
Como por cousa esquecida.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Citação
"«Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir - é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida» Fernando Pessoa"
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Citação
"«Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado» Albert Camus"
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Lume & Ar: Há Mais
Lume & Ar: Há Mais: "Há mais de meia hora
Que estou sentado à secretária
Com o único intuito
De olhar para ela.
Estes versos estão fora do meu ritmo.
Eu também estou fora do meu ritmo.)
Tinteiro grande à frente.
Canetas com aparos novos à frente.
Mais para cá papel muito limpo.
Ao lado esquerdo um volume da “Enciclopédia Britânica”.
Ao lado direito -
Ah, ao lado direito
A faca de papel com que ontem
Não tive paciência para abrir completamente
O livro que me interessava e não lerei.
Quem pudesse sintonizar tudo isto!
Álvaro de Campos"
Que estou sentado à secretária
Com o único intuito
De olhar para ela.
Estes versos estão fora do meu ritmo.
Eu também estou fora do meu ritmo.)
Tinteiro grande à frente.
Canetas com aparos novos à frente.
Mais para cá papel muito limpo.
Ao lado esquerdo um volume da “Enciclopédia Britânica”.
Ao lado direito -
Ah, ao lado direito
A faca de papel com que ontem
Não tive paciência para abrir completamente
O livro que me interessava e não lerei.
Quem pudesse sintonizar tudo isto!
Álvaro de Campos"
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Pessoas de Pessoa: POESÍA ORTÓNIMA DE FERNANDO PESSOA - POEMAS 0002, 0003 y 0004
Pessoas de Pessoa: POESÍA ORTÓNIMA DE FERNANDO PESSOA - POEMAS 0002, 0003 y 0004:
"Senhor de quem o ceu e a terra
São não sei quê que não é o ser,
[]
Como é que vês e que nós vemos?
De que côr é o azul p'ra ti?
A alma, este sonho que em nós temos,
[]
Com que invisiveis mãos manejas
Ou dentro os nossos gestos no ar"
"Senhor de quem o ceu e a terra
São não sei quê que não é o ser,
[]
Como é que vês e que nós vemos?
De que côr é o azul p'ra ti?
A alma, este sonho que em nós temos,
[]
Com que invisiveis mãos manejas
Ou dentro os nossos gestos no ar"
MENSAGEM - EDUARDO PRADO COELHO
Apesar de um pouco extenso, leiam que vale a pena.
É completamente real e triste!
Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007),
teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos,
por isso façam uma leitura atenta.
Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,
bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão
que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda
sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude
mais apreciada do que formar uma família
baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais
poderão ser vendidos como em outros países, isto é,
pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal
E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares
dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil
para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo,
onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois,
reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que
é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória
política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis
que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média
e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços,
ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada
finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro
e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas,
mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates,
melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem
corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português,
apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim,
o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas,
mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTICE PORTUGUESA' congénita,
essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui
até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana,
mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates,
é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,
ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje,
o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor,
mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a
erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco,
nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei
com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece
a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados,
ou como queiram, seguiremos igualmente condenados,
igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa
a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos,
a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses
nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável,
não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco,
de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ?... MEDITE !
Apesar de um pouco extenso, leiam que vale a pena.
É completamente real e triste!
Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007),
teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos,
por isso façam uma leitura atenta.
Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,
bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão
que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda
sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude
mais apreciada do que formar uma família
baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais
poderão ser vendidos como em outros países, isto é,
pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal
E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares
dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil
para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo,
onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois,
reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que
é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória
política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis
que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média
e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços,
ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada
finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro
e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas,
mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates,
melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem
corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português,
apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim,
o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas,
mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTICE PORTUGUESA' congénita,
essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui
até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana,
mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates,
é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,
ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje,
o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor,
mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a
erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco,
nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei
com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece
a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados,
ou como queiram, seguiremos igualmente condenados,
igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa
a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos,
a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses
nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável,
não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco,
de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ?... MEDITE !
EDUARDO PRADO COELHO
É completamente real e triste!
Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007),
teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos,
por isso façam uma leitura atenta.
Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,
bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão
que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda
sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude
mais apreciada do que formar uma família
baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais
poderão ser vendidos como em outros países, isto é,
pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal
E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares
dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil
para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo,
onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois,
reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que
é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória
política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis
que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média
e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços,
ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada
finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro
e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas,
mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates,
melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem
corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português,
apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim,
o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas,
mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTICE PORTUGUESA' congénita,
essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui
até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana,
mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates,
é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,
ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje,
o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor,
mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a
erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco,
nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei
com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece
a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados,
ou como queiram, seguiremos igualmente condenados,
igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa
a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos,
a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses
nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável,
não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco,
de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ?... MEDITE !
Apesar de um pouco extenso, leiam que vale a pena.
É completamente real e triste!
Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007),
teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos,
por isso façam uma leitura atenta.
Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,
bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão
que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda
sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude
mais apreciada do que formar uma família
baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais
poderão ser vendidos como em outros países, isto é,
pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal
E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares
dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil
para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo,
onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois,
reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que
é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória
política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis
que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média
e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços,
ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada
finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro
e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas,
mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates,
melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem
corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português,
apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim,
o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas,
mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTICE PORTUGUESA' congénita,
essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui
até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana,
mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates,
é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,
ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje,
o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor,
mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a
erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco,
nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei
com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece
a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados,
ou como queiram, seguiremos igualmente condenados,
igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa
a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos,
a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses
nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável,
não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco,
de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ?... MEDITE !
EDUARDO PRADO COELHO
sexta-feira, 23 de julho de 2010
quinta-feira, 22 de julho de 2010
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Condeixa serve poesia e prosa à hora do jantar
Como nós sabemos, a Câmara de Condeixa, tem vindo a desenvolver junto com a Escola EB 2,3 Fernando Namora várias iniciativas inéditas e peculiares para a formação e desenvolvimento dos seus habitantes.
Desta vez, é um Jantar Poético, que se irá realizar na mesma escola, no dia 16 de Julho, pelas 21:00H. A todos que queiram e possam assistir, será um prazer para todos, eu incluida, que irei declamar um poema de Fernando Pessoa.
Levava eu um jarrinho
P’ra ir buscar vinho;
Levava um tostão
P’ra comprar pão;
E levava uma fita
Para ir bonita.
Correu atrás
De mim um rapaz:
Foi o jarro p’ra o chão,
Perdi o tostão,
Rasgou-se-me a fita…
Vejam que desdita!
Se eu não levasse um jarrinho,
Nem fosse buscar vinho,
Nem trouxesse uma fita
Para ir bonita,
Nem corresse atrás
De mim um rapaz
Para ver o que eu fazia,
Nada disto acontecia.
Fernando Pessoa, Quadras ao Gosto Popular
Quanto à divulgação, foi publicada a seguinte notícia que transcrevo:
"São sabores diferentes, servidos à hora de jantar. Mas não se come. Os alimentos são outros e dirigem-se ao espírito. Em causa está um “Jantar poético”, a realizar amanhã à noite, no restaurante “De ler e chorar por mais”, na Escola Secundária Fernando Namora, em Condeixa.
O encontro está marcado para as 21h00 e, ontem ao final da manhã, eram cerca de 90 os inscritos, o que garante, praticamente, lotação esgotada para o evento. «Só espero que as pessoas gostem», afirma Isabel Neves, formadora do Centro Novas Oportunidades, que funciona naquele estabelecimento de ensino, e responsável pela ideia. Ideia que, explica, nasceu de uma constatação quase óbvia. Ou seja, «as pessoas alimentam-se e toda a gente, com raríssimas excepções, gosta de comer». Mais, «as pessoas juntam-se para comer e quando comem falam sobre comida», ou seja, «apreciam o comer e a comida». Ao contrário, «não gostam de ler». A “leitura” de Isabel Neves levou-a a pensar e a agilizar soluções para contornar o “problema”, colocando a tónica no «alimento para o espírito», ou seja, na leitura. E daí a ideia de um “jantar poético”, onde os alimentos a servir constituem uma verdadeira incursão de descoberta pela literatura.
Isabel Neves, que conta com a ajuda de Justina Almeida e de outros professores e funcionários da escola, bem como de alguns adultos que já cumpriram o seu processo de avaliação e validação de competências, escolheu um conjunto de textos e de poemas. Uns, explica, têm directamente a ver com a comida em si, outros sugerem-na. Lembra, a propósito o célebre poema de Camões, “Leonor pela verdura, vai formosa e não segura…” que constitui uma evocação clara da água. Mas outros há, centrados no vinho, generoso ou nem tanto. A formadora refere ainda, a título de curiosidade, um retalho de “A Cidade e as Serras”, de Eça de Queirós, que retrata a generosa confecção de um delicioso arroz doce, preparado para festejar os anos do Jacinto com a preocupação de fazer uma coisa bonita e que, no final, ninguém acabou por comer.
Mas há mais, muito mais. As especialidades da casa são inúmeras e reúnem palavras de génios como Álvaro de Campos, Camões, Eugénio de Andrade, Fernando Pessoa ou Plabo Neruda. O cardápio inclui ainda Almeida Garrett, Andra Valladares, Cesário Verde, Eça de Queirós, Gilberto Mendonça Teles, Mário Quintana, padre António Vieira, Paulo Alexandre ou Teófilo Braga. Destaque ainda para a presença de dois nomes da música: Paulo Gonzo e Carlos Paião.
Forma diferente
de “servir” as palavras
«As pessoas vão ficar sentadas à mesa, confortáveis, e vão ouvir as palavras», seja sob a forma de leitura ou no quadro de uma amena conversação. Mas também há música, refere a responsável pela organização, sublinhando que esta conjugação harmónica entre os sons e as palavras foi a solução encontrada perante a impossibilidade de ter o elemento canto. Isto porque, explica, dois alunos estavam para cantar, mas face aos exames não foi possível. A solução passou por “encontrar” um coro, que canta o refrão das diferentes melodias, enquanto os restantes versos são simplesmente lidos. Ensaios já houve, a cargo do professor de música da escola, que orientou o grupo de funcionários e professores que integram este improvisado coro. Carlos Paião está entre um dos compositores escolhidos para esta actuação, que inclui, também a tradicional “Barca bela”, entre outro “receituário” poético-literário.
«É um jantar de palavras», resume Isabel Neves, que seleccionou um conjunto de trechos literários e poemas (populares ou mais eruditos) que “trabalham” a ideia de «comida e de comer». E a formadora reconhece que, mais do que fome de palavras ou de leitura, as pessoas têm fome de comida. «Toda a gente pergunta: e não se come nada?». A resposta linear é “não”, uma vez que se trata de alimentar o espírito e não de dar comida ao corpo, mas Isabel Neves sempre vai adiantando que estará «alguma cosia reservada para o final», que seja efectivamente possível “trincar”.
Isabel Neves acredita que, para além do alimento enriquecedor das palavras e das ideias, «as pessoas vão ficar surpreendidas», não tanto por não conhecerem os excertos que vão ser apresentados, mas, sobretudo, pelo envolvimento e integração que oferecem. «São trechos que as pessoas podem conhecer, mas de certeza não conhecem assim», sugere.
O evento tem início marcado para as 21h00 e a duração prevista é de uma hora. Todavia, «tudo depende da quantidade de palmas que quiserem bater», diz Isabel Neves, que pretende, como este evento, promover a leitura. “A poesia é para comer”, já dizia Natália Correia, e à poesia, junta-se, também, no jantar poético que amanhã vai ser servido, a prosa e as próprias canções." DIÁRIO DE COIMBRA do dia 15 de Julho de 2010.
Desta vez, é um Jantar Poético, que se irá realizar na mesma escola, no dia 16 de Julho, pelas 21:00H. A todos que queiram e possam assistir, será um prazer para todos, eu incluida, que irei declamar um poema de Fernando Pessoa.
Levava eu um jarrinho
P’ra ir buscar vinho;
Levava um tostão
P’ra comprar pão;
E levava uma fita
Para ir bonita.
Correu atrás
De mim um rapaz:
Foi o jarro p’ra o chão,
Perdi o tostão,
Rasgou-se-me a fita…
Vejam que desdita!
Se eu não levasse um jarrinho,
Nem fosse buscar vinho,
Nem trouxesse uma fita
Para ir bonita,
Nem corresse atrás
De mim um rapaz
Para ver o que eu fazia,
Nada disto acontecia.
Fernando Pessoa, Quadras ao Gosto Popular
Quanto à divulgação, foi publicada a seguinte notícia que transcrevo:
"São sabores diferentes, servidos à hora de jantar. Mas não se come. Os alimentos são outros e dirigem-se ao espírito. Em causa está um “Jantar poético”, a realizar amanhã à noite, no restaurante “De ler e chorar por mais”, na Escola Secundária Fernando Namora, em Condeixa.
O encontro está marcado para as 21h00 e, ontem ao final da manhã, eram cerca de 90 os inscritos, o que garante, praticamente, lotação esgotada para o evento. «Só espero que as pessoas gostem», afirma Isabel Neves, formadora do Centro Novas Oportunidades, que funciona naquele estabelecimento de ensino, e responsável pela ideia. Ideia que, explica, nasceu de uma constatação quase óbvia. Ou seja, «as pessoas alimentam-se e toda a gente, com raríssimas excepções, gosta de comer». Mais, «as pessoas juntam-se para comer e quando comem falam sobre comida», ou seja, «apreciam o comer e a comida». Ao contrário, «não gostam de ler». A “leitura” de Isabel Neves levou-a a pensar e a agilizar soluções para contornar o “problema”, colocando a tónica no «alimento para o espírito», ou seja, na leitura. E daí a ideia de um “jantar poético”, onde os alimentos a servir constituem uma verdadeira incursão de descoberta pela literatura.
Isabel Neves, que conta com a ajuda de Justina Almeida e de outros professores e funcionários da escola, bem como de alguns adultos que já cumpriram o seu processo de avaliação e validação de competências, escolheu um conjunto de textos e de poemas. Uns, explica, têm directamente a ver com a comida em si, outros sugerem-na. Lembra, a propósito o célebre poema de Camões, “Leonor pela verdura, vai formosa e não segura…” que constitui uma evocação clara da água. Mas outros há, centrados no vinho, generoso ou nem tanto. A formadora refere ainda, a título de curiosidade, um retalho de “A Cidade e as Serras”, de Eça de Queirós, que retrata a generosa confecção de um delicioso arroz doce, preparado para festejar os anos do Jacinto com a preocupação de fazer uma coisa bonita e que, no final, ninguém acabou por comer.
Mas há mais, muito mais. As especialidades da casa são inúmeras e reúnem palavras de génios como Álvaro de Campos, Camões, Eugénio de Andrade, Fernando Pessoa ou Plabo Neruda. O cardápio inclui ainda Almeida Garrett, Andra Valladares, Cesário Verde, Eça de Queirós, Gilberto Mendonça Teles, Mário Quintana, padre António Vieira, Paulo Alexandre ou Teófilo Braga. Destaque ainda para a presença de dois nomes da música: Paulo Gonzo e Carlos Paião.
Forma diferente
de “servir” as palavras
«As pessoas vão ficar sentadas à mesa, confortáveis, e vão ouvir as palavras», seja sob a forma de leitura ou no quadro de uma amena conversação. Mas também há música, refere a responsável pela organização, sublinhando que esta conjugação harmónica entre os sons e as palavras foi a solução encontrada perante a impossibilidade de ter o elemento canto. Isto porque, explica, dois alunos estavam para cantar, mas face aos exames não foi possível. A solução passou por “encontrar” um coro, que canta o refrão das diferentes melodias, enquanto os restantes versos são simplesmente lidos. Ensaios já houve, a cargo do professor de música da escola, que orientou o grupo de funcionários e professores que integram este improvisado coro. Carlos Paião está entre um dos compositores escolhidos para esta actuação, que inclui, também a tradicional “Barca bela”, entre outro “receituário” poético-literário.
«É um jantar de palavras», resume Isabel Neves, que seleccionou um conjunto de trechos literários e poemas (populares ou mais eruditos) que “trabalham” a ideia de «comida e de comer». E a formadora reconhece que, mais do que fome de palavras ou de leitura, as pessoas têm fome de comida. «Toda a gente pergunta: e não se come nada?». A resposta linear é “não”, uma vez que se trata de alimentar o espírito e não de dar comida ao corpo, mas Isabel Neves sempre vai adiantando que estará «alguma cosia reservada para o final», que seja efectivamente possível “trincar”.
Isabel Neves acredita que, para além do alimento enriquecedor das palavras e das ideias, «as pessoas vão ficar surpreendidas», não tanto por não conhecerem os excertos que vão ser apresentados, mas, sobretudo, pelo envolvimento e integração que oferecem. «São trechos que as pessoas podem conhecer, mas de certeza não conhecem assim», sugere.
O evento tem início marcado para as 21h00 e a duração prevista é de uma hora. Todavia, «tudo depende da quantidade de palmas que quiserem bater», diz Isabel Neves, que pretende, como este evento, promover a leitura. “A poesia é para comer”, já dizia Natália Correia, e à poesia, junta-se, também, no jantar poético que amanhã vai ser servido, a prosa e as próprias canções." DIÁRIO DE COIMBRA do dia 15 de Julho de 2010.
Grandes Frases!!
* A minha mulher tem um bom físico. (Albert Einstein)
* Nunca pude estudar Direito. (O Corcunda de Notre Dame)
* Sempre quis ser o primeiro. (João Paulo II)
* Gosto da humanidade. (Canibal)
* És a única mulher da minha vida. (Adão)
* Nunca pude estudar Direito. (O Corcunda de Notre Dame)
* Sempre quis ser o primeiro. (João Paulo II)
* Gosto da humanidade. (Canibal)
* És a única mulher da minha vida. (Adão)
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Citação
«Na verdade, o cuidado e a despesa dos nossos pais visam apenas enriquecer as nossas cabeças com ciência; quanto ao juízo e à virtude, as novidades são poucas» Montaigne
segunda-feira, 5 de julho de 2010
As Minhas Ansiedade - Fernando Pessoa.
As minhas ansiedades caem
Por uma escada abaixo.
Os meus desejos balouçam-se
Em meio de um jardim vertical.
Na Múmia a posição é absolutamente exata.
Música longínqua,
Música excessivamente longínqua,
Para que a Vida passe
E colher esqueça aos gestos.
Por uma escada abaixo.
Os meus desejos balouçam-se
Em meio de um jardim vertical.
Na Múmia a posição é absolutamente exata.
Música longínqua,
Música excessivamente longínqua,
Para que a Vida passe
E colher esqueça aos gestos.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
domingo, 20 de junho de 2010
sexta-feira, 18 de junho de 2010
HOMENAGEM AO GRANDE HOMEM QUE FOI JOSÉ SARAMAGO
Pela grande admiração que sempre senti, pelos ideais que defendia com tanto calor humano, pela alma poética eu presto a minha singela homenagem.
"A Terra inteira é uma só alma,
somos parte dela.
Mudar, sim, mudarão as nossas almas.
Somos uma alma única.
Como única é a Terra."
Canção (Araucanos)
"A Terra inteira é uma só alma,
somos parte dela.
Mudar, sim, mudarão as nossas almas.
Somos uma alma única.
Como única é a Terra."
Canção (Araucanos)
sexta-feira, 11 de junho de 2010
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Pensamento Reflexão / Alma e Realidade, Duas Paisagens sobrepostas
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1 - Em todo o Momento de Actividade mental Acontece em NÓS UM Duplo fenómeno de percepção: ao Mesmo tempo Que Consciência tempos de hum estado de alma, temos NÓS Diante de, impressionando-NOS OS Que Estão os sentidos virados par o exterior, qualquer Uma Paisagem , Paisagem Por entendendo, parágrafo Conveniência de frases, Tudo o Que forma o Mundo exterior Num Determinado Momento da nossa percepção.
2 - Todo o estado de Passagem Uma alma é. Isto é, todo o estado de alma E não só representável Por Uma Paisagem, Paisagem Mas verdadeiramente UMA. Onde em Espaço HA UM NÓS interior uma Matéria da Nossa Vida física se agita. Assim Uma tristeza É UM lago morto Dentro de NÓS, Uma alegria hum dia de sol No nosso Espírito. E - Mesmo Que Não se queira admitir Que todo o estado de alma É Uma Paisagem - Pode AO Menos admitir-se que todo o estado de alma se representar PoDE Por Uma Paisagem. Se eu dissertações Pensamentos "Ha nsa sol my" Ninguém compreenderá Que Os Meus Pensamentos São tristes.
3 - Assim, NÓS tendo, ao mesmo tempo, Consciência do exterior e do Nosso Espírito, e Sendo o Nosso Espírito Paisagem uma, tempos AO tempo Mesmo Consciência de Duas paisagens. Ora, essas paisagens fundem-se, interpenetram-se, De que modo o Nosso estado de alma, qual seja elemento para, sofrê Um pouco da Paisagem Que Estamos vendo - Num dia de sol Uma alma triste Não PoDE Estar Tão triste Como Num dia de chuva - e, também, um exterior Paisagem sofrê do Nosso estado de alma - É de Todos os tempos Dizer-se, em verso sobretudo, Coisas Que Como «nd Ausência da amada o sol Não Brilha», e Outras Coisas assim. exterior Paisagem De Bem MANEIRA Que uma arte Que queira representar uma Realidade tera de dar uma Através Duma Representação simultânea interior da Paisagem e da. Que resultados obtidos para tera de tentar dar Uma intersecção de Duas paisagens. Tem de Ser Duas paisagens, Mas PoDE ser - Não se Querendo admitir Que hum estado de Paisagem Uma alma é - Que se queira Simplesmente interseccionar hum estado de alma (puro e simples Sentimento) com um exterior Paisagem. [...]
Fernando Pessoa, em "Cancioneiro"
1 - Em todo o Momento de Actividade mental Acontece em NÓS UM Duplo fenómeno de percepção: ao Mesmo tempo Que Consciência tempos de hum estado de alma, temos NÓS Diante de, impressionando-NOS OS Que Estão os sentidos virados par o exterior, qualquer Uma Paisagem , Paisagem Por entendendo, parágrafo Conveniência de frases, Tudo o Que forma o Mundo exterior Num Determinado Momento da nossa percepção.
2 - Todo o estado de Passagem Uma alma é. Isto é, todo o estado de alma E não só representável Por Uma Paisagem, Paisagem Mas verdadeiramente UMA. Onde em Espaço HA UM NÓS interior uma Matéria da Nossa Vida física se agita. Assim Uma tristeza É UM lago morto Dentro de NÓS, Uma alegria hum dia de sol No nosso Espírito. E - Mesmo Que Não se queira admitir Que todo o estado de alma É Uma Paisagem - Pode AO Menos admitir-se que todo o estado de alma se representar PoDE Por Uma Paisagem. Se eu dissertações Pensamentos "Ha nsa sol my" Ninguém compreenderá Que Os Meus Pensamentos São tristes.
3 - Assim, NÓS tendo, ao mesmo tempo, Consciência do exterior e do Nosso Espírito, e Sendo o Nosso Espírito Paisagem uma, tempos AO tempo Mesmo Consciência de Duas paisagens. Ora, essas paisagens fundem-se, interpenetram-se, De que modo o Nosso estado de alma, qual seja elemento para, sofrê Um pouco da Paisagem Que Estamos vendo - Num dia de sol Uma alma triste Não PoDE Estar Tão triste Como Num dia de chuva - e, também, um exterior Paisagem sofrê do Nosso estado de alma - É de Todos os tempos Dizer-se, em verso sobretudo, Coisas Que Como «nd Ausência da amada o sol Não Brilha», e Outras Coisas assim. exterior Paisagem De Bem MANEIRA Que uma arte Que queira representar uma Realidade tera de dar uma Através Duma Representação simultânea interior da Paisagem e da. Que resultados obtidos para tera de tentar dar Uma intersecção de Duas paisagens. Tem de Ser Duas paisagens, Mas PoDE ser - Não se Querendo admitir Que hum estado de Paisagem Uma alma é - Que se queira Simplesmente interseccionar hum estado de alma (puro e simples Sentimento) com um exterior Paisagem. [...]
Fernando Pessoa, em "Cancioneiro"
terça-feira, 18 de maio de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Entrega de Diploma
No dia 14 de Maio, pelas 21:00 horas, na Câmara Municipal de Condeixa a Nova, vai ser celebrada a 3ª Sessão Pública de Entrega de Diplomas, dos níveis básicos e secundários, onde eu vou declamar o poema de Sebastião Gama - "O Sonho". Gostaria de vos convidar a todos, a participarem, neste nosso momento único de "chegada ao cais". Bjs
Se estou só - Fernando Pessoa
Se estou só, quero não estar,
Se não estou, quero estar só,
Enfim, quero sempre estar
Da maneira que não estou.
Ser feliz é ser aquele.
E aquele não é feliz,
Porque pensa dentro dele
E não dentro do que eu quis.
A gente faz o que quer
Daquilo que não é nada,
Mas falha se o não fizer,
Fica perdido na estrada.
Se não estou, quero estar só,
Enfim, quero sempre estar
Da maneira que não estou.
Ser feliz é ser aquele.
E aquele não é feliz,
Porque pensa dentro dele
E não dentro do que eu quis.
A gente faz o que quer
Daquilo que não é nada,
Mas falha se o não fizer,
Fica perdido na estrada.
Entrega de Diploma
No dia 14 de Maio, pelas 21:00 horas, realiza-se na Câmara Municipal de Condeixa a Nova, em parceria com o Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária com 3º Ciclo Fernando Namora, a cerimónia de entrega de diploma da 3º Sessão Pública dos níveis básicos e secundários, e, onde irei declamar o poema de Sebastião da Gama "O SONHO", tornando realidade a caminhada que nos quisemos alcançar.
Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não Chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria,
ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não Chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não Chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria,
ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não Chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Se houver um Anjo da Guarda - Pedro Abrunhosa
Um homem contou-me
Que da montanha
Se toca o céu,
Que se encontrou ao subi-la
Mas ao descê-la
Se perdeu.
Viu rastos de cobra
E pegadas de leão
“Esta vida não sobra
Quando se olha para o chão!”
E tentou fugir do trilho,
Beijou o tempo como a um filho,
Acordou numa alvorada,
Já sem nada para esconder
E então falou assim:
“Se houver um Anjo da Guarda
Que me abrace
E se guarde dentro de mim,
É tão só estar só no fim.”
Outro homem contou-me
Que da cidade
Se vê o mundo,
Que é tão doce o desejo,
Que nenhum beijo
É profundo.
Viu escadas de ouro
E telhados de rubi,
Pensou que o maior tesouro
É cada qual saber de si.
E tentou fugir da sombra,
Dizer à luz que não se esconda,
Correu as ruas, uma a uma,
Já sem nada pra perder
E então gritou assim:
“Se houver um Anjo da Guarda
Que me abrace
E se guarde dentro de mim,
É tão só estar só no fim.”
Que da montanha
Se toca o céu,
Que se encontrou ao subi-la
Mas ao descê-la
Se perdeu.
Viu rastos de cobra
E pegadas de leão
“Esta vida não sobra
Quando se olha para o chão!”
E tentou fugir do trilho,
Beijou o tempo como a um filho,
Acordou numa alvorada,
Já sem nada para esconder
E então falou assim:
“Se houver um Anjo da Guarda
Que me abrace
E se guarde dentro de mim,
É tão só estar só no fim.”
Outro homem contou-me
Que da cidade
Se vê o mundo,
Que é tão doce o desejo,
Que nenhum beijo
É profundo.
Viu escadas de ouro
E telhados de rubi,
Pensou que o maior tesouro
É cada qual saber de si.
E tentou fugir da sombra,
Dizer à luz que não se esconda,
Correu as ruas, uma a uma,
Já sem nada pra perder
E então gritou assim:
“Se houver um Anjo da Guarda
Que me abrace
E se guarde dentro de mim,
É tão só estar só no fim.”
Eu sou o Poder - Pedro Abrunhosa
Um homem diz pra outro homem
Que aquilo que tem já sabe a pouco,
E a gravata aperta a garganta
E um olhar de louco
E há outro que vem com uma bengala
E entra na sala,
Bate no chão,
E sai-lhe da mão
Um ódio rouco.
O Diabo pergunta:
“O que queres tu comer?”
E ele responde:
“Quero Poder e tudo que houver
Para além de ti,
E são muitos que querem, que sabem,
Quem eu sou aqui.”
E com isto desapareceu
No fumo.
Não tenho tempo a perder,
Eu sou o Poder.
Um homem diz pra outro homem:
“Eu vou ser original!”
E tudo o que escreve
Como o que diz vem no jornal.
“Esta cidade enquanto se esconde,
Enquanto não morde, enquanto que dorme
É um leão sem cabeça,
É um sítio banal!”
O Diabo volta a perguntar:
“Que queres tu mais,
Que posso dar pra te saciar?”
“Talvez o deserto,
Talvez o Universo,
E se eu fosse perverso
Talvez o medo que há no ar.”
Não tenho tempo a perder,
Eu sou o Poder.
Que aquilo que tem já sabe a pouco,
E a gravata aperta a garganta
E um olhar de louco
E há outro que vem com uma bengala
E entra na sala,
Bate no chão,
E sai-lhe da mão
Um ódio rouco.
O Diabo pergunta:
“O que queres tu comer?”
E ele responde:
“Quero Poder e tudo que houver
Para além de ti,
E são muitos que querem, que sabem,
Quem eu sou aqui.”
E com isto desapareceu
No fumo.
Não tenho tempo a perder,
Eu sou o Poder.
Um homem diz pra outro homem:
“Eu vou ser original!”
E tudo o que escreve
Como o que diz vem no jornal.
“Esta cidade enquanto se esconde,
Enquanto não morde, enquanto que dorme
É um leão sem cabeça,
É um sítio banal!”
O Diabo volta a perguntar:
“Que queres tu mais,
Que posso dar pra te saciar?”
“Talvez o deserto,
Talvez o Universo,
E se eu fosse perverso
Talvez o medo que há no ar.”
Não tenho tempo a perder,
Eu sou o Poder.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Será - Pedro Abrunhosa
Será que ainda me resta tempo contigo,
Ou já te levam balas de um qualquer inimigo.
Será que soube dar-te tudo o que querias,
Ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias.
Será que fiz tudo que podia fazer,
Ou fui mais um cobarde, não quis ver sofrer.
Será que lá longe ainda o céu é azul,
Ou já o negro cinzento confunde Norte com Sul.
Será que a tua pele ainda é macia,
Ou é a mão que me treme, sem ardor nem magia.
Será que ainda te posso valer,
Ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer.
Será que é de febre este fogo.
Este grito cruel que da lebre faz lobo.
Será que amanhã ainda existe para ti,
Ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri.
Será que lá fora os carros passam ainda,
Ou estrelas caíram e qualquer sorte é bem-vinda.
Será que a cidade ainda está como dantes
Ou cantam fantasmas e bailam gigantes.
Será que o sol se põe do lado do mar,
Ou a luz que me agarra é sombra de luar.
Será que as casas cantam e as pedras do chão,
Ou calou-se a montanha, rendeu-se o vulcão.
Será que sabes que hoje é domingo,
Ou os dias não passam, são anjos caindo.
Será que me consegues ouvir
Ou é tempo que pedes quando tentas sorrir.
Será que sabes que te trago na voz,
Que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós.
Será que ainda te lembras da cor do olhar
Quando juntos a noite não quer acabar.
Será que sentes esta mão que te agarra
Que te prende com a força do mar contra a barra.
Será que consegues ouvir-me dizer
Que te amo tanto quanto noutro dia qualquer.
Eu sei que tu estarás sempre por mim
Não há noite sem dia, nem dia sem fim.
Eu sei que me queres, e me amas também
Me desejas agora como nunca ninguém.
Não partas então, não me deixes sozinho
Vou beijar o teu chão e chorar o caminho.
Será
Será!
Será!
Ou já te levam balas de um qualquer inimigo.
Será que soube dar-te tudo o que querias,
Ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias.
Será que fiz tudo que podia fazer,
Ou fui mais um cobarde, não quis ver sofrer.
Será que lá longe ainda o céu é azul,
Ou já o negro cinzento confunde Norte com Sul.
Será que a tua pele ainda é macia,
Ou é a mão que me treme, sem ardor nem magia.
Será que ainda te posso valer,
Ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer.
Será que é de febre este fogo.
Este grito cruel que da lebre faz lobo.
Será que amanhã ainda existe para ti,
Ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri.
Será que lá fora os carros passam ainda,
Ou estrelas caíram e qualquer sorte é bem-vinda.
Será que a cidade ainda está como dantes
Ou cantam fantasmas e bailam gigantes.
Será que o sol se põe do lado do mar,
Ou a luz que me agarra é sombra de luar.
Será que as casas cantam e as pedras do chão,
Ou calou-se a montanha, rendeu-se o vulcão.
Será que sabes que hoje é domingo,
Ou os dias não passam, são anjos caindo.
Será que me consegues ouvir
Ou é tempo que pedes quando tentas sorrir.
Será que sabes que te trago na voz,
Que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós.
Será que ainda te lembras da cor do olhar
Quando juntos a noite não quer acabar.
Será que sentes esta mão que te agarra
Que te prende com a força do mar contra a barra.
Será que consegues ouvir-me dizer
Que te amo tanto quanto noutro dia qualquer.
Eu sei que tu estarás sempre por mim
Não há noite sem dia, nem dia sem fim.
Eu sei que me queres, e me amas também
Me desejas agora como nunca ninguém.
Não partas então, não me deixes sozinho
Vou beijar o teu chão e chorar o caminho.
Será
Será!
Será!
Citação de Fernando Pessoa
«Despreza tudo, mas de modo que o desprezar te não incomode. Não te julgues superior ao desprezares. A arte do desprezo nobre está nisso»
Citação de Miguel de Cervantes VS
«As desgraças buscam o desgraçado mesmo que ele se esconda nos cantos mais remotos da terra»
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Video "Então É Assim" - Abordagem de Sexualidade na Adolescência
A sexualidade na adolescência é um pouco problemática. Como pais, nunca sabemos bem até onde podemos ir e onde começar a abordagem. Acima de tudo, penso que esta abordagem deve ser feita também nas escolas, tanto pelos professores e psicólogos, como por técnicos de saúde (Centro de Saúde).
Tenho uma filha pré-adolescente com a sua curiosidade natural. Um destes dias mostrei-lhe um vídeo que encontrei no You Tube, “Então é assim” (http://www.youtube.com/watch?v=Ln5KGsW8Byo&NR=1). Pretendia apreciar a sua reacção. Ela gostou muito do vídeo, achou divertido, contudo, não concebe que eu e o pai façamos amor, pois acha nojento. Acha que ela própria não vai fazer “aquilo”! Julgo que dentro de algum tempo ela terá mudado de opinião. Uma simples aula de ginástica, com as flexões, ela já considera de cariz sexual.
Penso que se deve falar de sexo despindo-nos de preconceitos. No entanto, nem todos os formadores (pais, professores, etc...) têm perfil para o fazer. Deveria existir um acompanhamento por parte de profissionais especializados. O assunto abordado no vídeo, dá pouca relevância aos afectos, factor que entendo ser bastante importante, pois não estamos a criar máquinas. Sem dúvida, é um vídeo, cujo conteúdo, os formadores deveriam explorar com os filhos/alunos, preparando-os para o futuro. Não pode estar exclusivamente nas mãos dos pais, apesar de serem estes os principais responsáveis pela educação dos adultos de amanhã.
Tenho uma filha pré-adolescente com a sua curiosidade natural. Um destes dias mostrei-lhe um vídeo que encontrei no You Tube, “Então é assim” (http://www.youtube.com/watch?v=Ln5KGsW8Byo&NR=1). Pretendia apreciar a sua reacção. Ela gostou muito do vídeo, achou divertido, contudo, não concebe que eu e o pai façamos amor, pois acha nojento. Acha que ela própria não vai fazer “aquilo”! Julgo que dentro de algum tempo ela terá mudado de opinião. Uma simples aula de ginástica, com as flexões, ela já considera de cariz sexual.
Penso que se deve falar de sexo despindo-nos de preconceitos. No entanto, nem todos os formadores (pais, professores, etc...) têm perfil para o fazer. Deveria existir um acompanhamento por parte de profissionais especializados. O assunto abordado no vídeo, dá pouca relevância aos afectos, factor que entendo ser bastante importante, pois não estamos a criar máquinas. Sem dúvida, é um vídeo, cujo conteúdo, os formadores deveriam explorar com os filhos/alunos, preparando-os para o futuro. Não pode estar exclusivamente nas mãos dos pais, apesar de serem estes os principais responsáveis pela educação dos adultos de amanhã.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Basta Parar de Sentir de Fernando Pessoa
DALAI LAMA
A menos que nós sabemos o valor das outras tradições religiosas, é difícil desenvolver o respeito por eles. O respeito mútuo é a base da verdadeira harmonia. Devemos lutar por um espírito de harmonia, não por razões políticas ou económicas, mas simplesmente porque você perceber o valor de outras tradições. Eu sempre fazer um esforço para promover a harmonia religiosa.
domingo, 4 de abril de 2010
Citação
"A idade não protege contra o amor.
Mas o amor, em medida certa, protege contra a idade"
Jeanne Moreau – actriz
Vamos tentar VIVER Sem stress
Poema
O Alvorecer da Alma
"A verdadeira essência das coisas,
só o coração pode ver
com a sensível Alma que o faz viver.
Quando a Alma
retorna a sua origem divina,
o coração para de bater.
Somente a Alma sobrevive no plano divino,
aguardando um novo Alvorecer."
Elias Akhenaton
Mas o amor, em medida certa, protege contra a idade"
Jeanne Moreau – actriz
Vamos tentar VIVER Sem stress
Poema
O Alvorecer da Alma
"A verdadeira essência das coisas,
só o coração pode ver
com a sensível Alma que o faz viver.
Quando a Alma
retorna a sua origem divina,
o coração para de bater.
Somente a Alma sobrevive no plano divino,
aguardando um novo Alvorecer."
Elias Akhenaton
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