--------------------------------------------------------------------------------
1 - Em todo o Momento de Actividade mental Acontece em NÓS UM Duplo fenómeno de percepção: ao Mesmo tempo Que Consciência tempos de hum estado de alma, temos NÓS Diante de, impressionando-NOS OS Que Estão os sentidos virados par o exterior, qualquer Uma Paisagem , Paisagem Por entendendo, parágrafo Conveniência de frases, Tudo o Que forma o Mundo exterior Num Determinado Momento da nossa percepção.
2 - Todo o estado de Passagem Uma alma é. Isto é, todo o estado de alma E não só representável Por Uma Paisagem, Paisagem Mas verdadeiramente UMA. Onde em Espaço HA UM NÓS interior uma Matéria da Nossa Vida física se agita. Assim Uma tristeza É UM lago morto Dentro de NÓS, Uma alegria hum dia de sol No nosso Espírito. E - Mesmo Que Não se queira admitir Que todo o estado de alma É Uma Paisagem - Pode AO Menos admitir-se que todo o estado de alma se representar PoDE Por Uma Paisagem. Se eu dissertações Pensamentos "Ha nsa sol my" Ninguém compreenderá Que Os Meus Pensamentos São tristes.
3 - Assim, NÓS tendo, ao mesmo tempo, Consciência do exterior e do Nosso Espírito, e Sendo o Nosso Espírito Paisagem uma, tempos AO tempo Mesmo Consciência de Duas paisagens. Ora, essas paisagens fundem-se, interpenetram-se, De que modo o Nosso estado de alma, qual seja elemento para, sofrê Um pouco da Paisagem Que Estamos vendo - Num dia de sol Uma alma triste Não PoDE Estar Tão triste Como Num dia de chuva - e, também, um exterior Paisagem sofrê do Nosso estado de alma - É de Todos os tempos Dizer-se, em verso sobretudo, Coisas Que Como «nd Ausência da amada o sol Não Brilha», e Outras Coisas assim. exterior Paisagem De Bem MANEIRA Que uma arte Que queira representar uma Realidade tera de dar uma Através Duma Representação simultânea interior da Paisagem e da. Que resultados obtidos para tera de tentar dar Uma intersecção de Duas paisagens. Tem de Ser Duas paisagens, Mas PoDE ser - Não se Querendo admitir Que hum estado de Paisagem Uma alma é - Que se queira Simplesmente interseccionar hum estado de alma (puro e simples Sentimento) com um exterior Paisagem. [...]
Fernando Pessoa, em "Cancioneiro"
sexta-feira, 21 de maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Entrega de Diploma
No dia 14 de Maio, pelas 21:00 horas, na Câmara Municipal de Condeixa a Nova, vai ser celebrada a 3ª Sessão Pública de Entrega de Diplomas, dos níveis básicos e secundários, onde eu vou declamar o poema de Sebastião Gama - "O Sonho". Gostaria de vos convidar a todos, a participarem, neste nosso momento único de "chegada ao cais". Bjs
Se estou só - Fernando Pessoa
Se estou só, quero não estar,
Se não estou, quero estar só,
Enfim, quero sempre estar
Da maneira que não estou.
Ser feliz é ser aquele.
E aquele não é feliz,
Porque pensa dentro dele
E não dentro do que eu quis.
A gente faz o que quer
Daquilo que não é nada,
Mas falha se o não fizer,
Fica perdido na estrada.
Se não estou, quero estar só,
Enfim, quero sempre estar
Da maneira que não estou.
Ser feliz é ser aquele.
E aquele não é feliz,
Porque pensa dentro dele
E não dentro do que eu quis.
A gente faz o que quer
Daquilo que não é nada,
Mas falha se o não fizer,
Fica perdido na estrada.
Entrega de Diploma
No dia 14 de Maio, pelas 21:00 horas, realiza-se na Câmara Municipal de Condeixa a Nova, em parceria com o Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária com 3º Ciclo Fernando Namora, a cerimónia de entrega de diploma da 3º Sessão Pública dos níveis básicos e secundários, e, onde irei declamar o poema de Sebastião da Gama "O SONHO", tornando realidade a caminhada que nos quisemos alcançar.
Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não Chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria,
ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não Chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não Chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria,
ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não Chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Se houver um Anjo da Guarda - Pedro Abrunhosa
Um homem contou-me
Que da montanha
Se toca o céu,
Que se encontrou ao subi-la
Mas ao descê-la
Se perdeu.
Viu rastos de cobra
E pegadas de leão
“Esta vida não sobra
Quando se olha para o chão!”
E tentou fugir do trilho,
Beijou o tempo como a um filho,
Acordou numa alvorada,
Já sem nada para esconder
E então falou assim:
“Se houver um Anjo da Guarda
Que me abrace
E se guarde dentro de mim,
É tão só estar só no fim.”
Outro homem contou-me
Que da cidade
Se vê o mundo,
Que é tão doce o desejo,
Que nenhum beijo
É profundo.
Viu escadas de ouro
E telhados de rubi,
Pensou que o maior tesouro
É cada qual saber de si.
E tentou fugir da sombra,
Dizer à luz que não se esconda,
Correu as ruas, uma a uma,
Já sem nada pra perder
E então gritou assim:
“Se houver um Anjo da Guarda
Que me abrace
E se guarde dentro de mim,
É tão só estar só no fim.”
Que da montanha
Se toca o céu,
Que se encontrou ao subi-la
Mas ao descê-la
Se perdeu.
Viu rastos de cobra
E pegadas de leão
“Esta vida não sobra
Quando se olha para o chão!”
E tentou fugir do trilho,
Beijou o tempo como a um filho,
Acordou numa alvorada,
Já sem nada para esconder
E então falou assim:
“Se houver um Anjo da Guarda
Que me abrace
E se guarde dentro de mim,
É tão só estar só no fim.”
Outro homem contou-me
Que da cidade
Se vê o mundo,
Que é tão doce o desejo,
Que nenhum beijo
É profundo.
Viu escadas de ouro
E telhados de rubi,
Pensou que o maior tesouro
É cada qual saber de si.
E tentou fugir da sombra,
Dizer à luz que não se esconda,
Correu as ruas, uma a uma,
Já sem nada pra perder
E então gritou assim:
“Se houver um Anjo da Guarda
Que me abrace
E se guarde dentro de mim,
É tão só estar só no fim.”
Eu sou o Poder - Pedro Abrunhosa
Um homem diz pra outro homem
Que aquilo que tem já sabe a pouco,
E a gravata aperta a garganta
E um olhar de louco
E há outro que vem com uma bengala
E entra na sala,
Bate no chão,
E sai-lhe da mão
Um ódio rouco.
O Diabo pergunta:
“O que queres tu comer?”
E ele responde:
“Quero Poder e tudo que houver
Para além de ti,
E são muitos que querem, que sabem,
Quem eu sou aqui.”
E com isto desapareceu
No fumo.
Não tenho tempo a perder,
Eu sou o Poder.
Um homem diz pra outro homem:
“Eu vou ser original!”
E tudo o que escreve
Como o que diz vem no jornal.
“Esta cidade enquanto se esconde,
Enquanto não morde, enquanto que dorme
É um leão sem cabeça,
É um sítio banal!”
O Diabo volta a perguntar:
“Que queres tu mais,
Que posso dar pra te saciar?”
“Talvez o deserto,
Talvez o Universo,
E se eu fosse perverso
Talvez o medo que há no ar.”
Não tenho tempo a perder,
Eu sou o Poder.
Que aquilo que tem já sabe a pouco,
E a gravata aperta a garganta
E um olhar de louco
E há outro que vem com uma bengala
E entra na sala,
Bate no chão,
E sai-lhe da mão
Um ódio rouco.
O Diabo pergunta:
“O que queres tu comer?”
E ele responde:
“Quero Poder e tudo que houver
Para além de ti,
E são muitos que querem, que sabem,
Quem eu sou aqui.”
E com isto desapareceu
No fumo.
Não tenho tempo a perder,
Eu sou o Poder.
Um homem diz pra outro homem:
“Eu vou ser original!”
E tudo o que escreve
Como o que diz vem no jornal.
“Esta cidade enquanto se esconde,
Enquanto não morde, enquanto que dorme
É um leão sem cabeça,
É um sítio banal!”
O Diabo volta a perguntar:
“Que queres tu mais,
Que posso dar pra te saciar?”
“Talvez o deserto,
Talvez o Universo,
E se eu fosse perverso
Talvez o medo que há no ar.”
Não tenho tempo a perder,
Eu sou o Poder.
Subscrever:
Mensagens (Atom)